A cidadania existe? Por Maurício Fabião . Rio de Janeiro, 19/04/2015. É recorrente apontarmos a cidadania como um conjunto universal de direitos e deveres dos cidadãos de um território em relação à um Estado. O que raramente é apontado é que quando ela foi criada, em Atenas (Grécia), há cerca de 2.500 anos, ela não era válida para crianças, jovens, mulheres, estrangeiros, pessoas sem propriedade e, claro, escravos. Essa população, excluída do nascimento da cidadania, representava cerca de 75% da Cidade-Estado de Atenas. Esquecida durante séculos, a noção e a prática da cidadania é retomada nas que eu chamo de “as três grandes revoluções burguesas da Idade Moderna”, a saber: a Revolução Inglesa (1640), a Revolução Americana (1776) e a Recolução Francesa (1789). Cada uma, a seu modo, procurou recuperar o legado da cidadania ateniense, mas com uma diferença fundamental: a cidadania não era mais exercida diretamente, mas por meio de representantes. Os demais direitos foram sendo ampl
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