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Mostrando postagens de 2010

Luto pelo Rio: O que podemos fazer?

LUTO PELO RIO: O QUE PODEMOS FAZER? [1] Por Maurício Fabião [i] Rio, 21/04/2010. Nas favelas, no Senado, sujeira pra todo lado | Ninguém respeita a Constituição Mas todos acreditam no futuro da Nação | Que país é esse? (Legião Urbana) No dia 06 de abril de 2010, o estado de sítio desaguou no Rio na forma de um temporal de incompetência política. O capitalismo de desastre[2] mostrou a sua face: o atual governador do Rio de Janeiro acusou os pobres pelas próprias mortes, “lavando as mãos do sangue dos justos”, no meio da contagem dos mais de 200 mortos [trabalhadoras(es), crianças e idosas(os)], por conta da falta de planejamento urbano para prevenir os efeitos de fortes chuvas (as quais são derivadas das mudanças climáticas iniciadas na Revolução Industrial). A “Tragédia do Rio” (como a mídia corporativa classificou esse fato social) trouxe de volta a discussão sobre o que podemos fazer com as favelas cariocas e fluminenses. Desde da década de 1930, com o Pla

SEGURANÇA PÚBLICA NÃO É CASO (SÓ) DE POLÍCIA

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SEGURANÇA PÚBLICA NÃO É CASO (SÓ) DE POLÍCIA:  Contra a criminalização da pobreza e dos movimentos sociais Por Maurício Fabião [*] Rio de Janeiro, 22 de março de 2010. Fonte: Latuff (2008) Cidadania é crime no Brasil? No início do século 20, o processo de criminalização dos movimentos sociais no Brasil ficou conhecido por uma famosa frase do  ex-presidente Washington Luís  (1926-1930) : “Questão social é caso de polícia”. Sindicatos de operários foram fechados, trabalhadores estrangeiros (socialistas e anarquistas) foram expulsos do país, o Partido   Comunista foi posto na ilegalidade e toda greve era reprimida com violência institucional, como fazem com muitas ocupações atuais do Movimento Sem Terra (MST). Hoje, apesar dos direitos previstos na Constituição Federal de 1988, como a Reforma Agrária ou a Segurança Pública, todo militante de movimento social brasileiro que luta por fazer valer o que está escrito na lei, é preso, fichado, processado e, muitas vez

QUAL É A VIAGEM DOS SEUS SONHOS?

PORQUE HOJE É SÁBADO Rio, 20/03/2010. Car@s Amig@s, Para pegar leve, "porque hoje é sábado" (como bem recitava Vinícius de Moraes), qual é a viagem dos seus sonhos? Bem, a minha é... Viajar de carro elétrico ou movido por energia solar, por todas as praias maravilhosas do litoral brasileiro (do Sul ao Nordeste, parando no Maranhão da minha mãe, pra conhecer  a tribo tupi-guarani de onde vieram os meus antepassados, em Cajapió), numa espécie de Coluna Prestes Praieira... Depois pegar um avião (com combustível feito de lixo) para Lisboa, conhecer o interior da Bragança do meu pai, e ir conhecer a Europa de trem. Depois ir para Bombaim, conhecer a India de trem também (como Gandhi fez), dar uma passada na China (pra comprar um "Livro Vermelho" original), ir para a África do Sul (tentar conhecer o Mandela) e, sei lá como, ir me acabar de dançar na Jamaica ouvindo um Bob Marley do bom! Para terminar, passar em Cuba (para fumar um charuto com o Fidel), descer para

A QUESTÃO DA FOME NO BRASIL

Por Maurício Fabião [1] Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2009. Em 16 de outubro de 2009 celebrou-se o Dia Mundial da Alimentação com a naturalização de uma questão alarmante: 1 bilhão de pessoas passam fome no mundo, muitas por conta da Crise Mundial, que consumiu trilhões de dólares para salvar os “apostadores” do cassino financeiro que a causaram. Neste contexto, cerca de 14 milhões de brasileiros (7,7% da população nacional) sofrem de insegurança alimentar grave [2] , ou seja, não tem certeza de que conseguirão se alimentar adequadamente no decorrer do dia. A maioria delas vive no Nordeste (7.240.852 pessoas), representando 14,4% da população desta região do Brasil, que é o 9º país com maior número de pessoas com fome no mundo. Outros dados de nosso país também preocupam: 37 milhões de pessoas vivem com menos de 2 dólares por dia, 45% das crianças com menos de 5 anos sofrem de anemia crônica por falta de ferro na alimentação e 50 mil crianças nascem todos os anos com algum