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Mostrando postagens de 2004

MEDO E PAZ: VIOLAÇÕES DE DIREITOS E AÇÕES DE CIDADANIA NO RIO DE JANEIRO

Por Maurício Fabião* mauriciofranca@ibest.com.br O que é violência? É o “jovem-preto-pobre-com-fuzil-na-favela”? Será? Ou ela pode ser definida por uma daquelas redes criminosas que tiraniza pelo medo as localidades empobrecidas de nosso estado, mais conhecidas pelo genérico nome de “tráfico de drogas”? Será que a violência se resume à criminalidade juvenil? Normalmente, quando nos referimos aos acontecimentos violentos no estado do Rio de Janeiro, falamos de três coisas: (1) roubo ou furto; (2) ameaça de agressão por sair às ruas; e (3) homicídio. Em outros termos, estamos falando de privação dos seguintes direitos: (1) direito à propriedade; (2) direito à integridade física (ao exercer o direito de ir e vir); e (3) direito à vida. Ou seja, quando falamos de violência, estamos falando de violação de direitos. Ora, se violência é violação de direitos, paz, então, é promoção de direitos. Portanto, para se contrapor à “cultura do medo” que tem no jovem pobre o principal algoz, de

CIDADANIA CORPORATIVA: A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS

Por Maurício França Fabião* mauriciofranca@ibest.com.br A cidadania é o conjunto de direitos e deveres sociais de um indivíduo em relação à coletividade. Em um mundo cada vez mais violento e desigual, estabelecer quais são as regras de convivência em sociedade é de suma importância para estabelecermos uma nova noção de justiça e igualdade, que garanta um mínimo de bem estar para todos. A cidadania corporativa é um conceito que define um alto padrão de conduta ética da corporação em relação aos dois principais públicos de qualquer organização: funcionários e comunidade. A sua importância está no fato de que o respeito aos direitos sociais, tanto dos funcionários quanto da comunidade, é um forte fator de sucesso para as empresas. Outro aspecto importante da cidadania corporativa é o compromisso de valorizar a diversidade. Em um país com extrema desigualdade social, uma empresa que valoriza a diversidade, que combate a discriminação de todos os tipos e tem um código de ética dá uma v

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SOLIDÁRIO

Por Maurício França Fabião (*) mauriciofranca@ibest.com.br O cenário Crescimento econômico. Essa é a palavra de ordem do momento. Essa grande diretriz do país, que esbarra sempre na racionalidade fiscal da macroeconomia vigente, tem sua crença baseada no pressuposto de que o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) acarretará um correlato aumento do emprego e da renda dos trabalhadores. Porém, é imperioso destacar que a desigualdade social impede que o bolo seja repartido em partes iguais, cabendo aos mais fortes de ontem a mesma grande porção de amanhã. Aliado ao crescimento, é preciso garantir que os mais pobres tenham acesso aos ganhos econômicos de forma autônoma. Uma forma de democratizar o acesso ao emprego e à renda é dando início a um processo de desenvolvimento econômico solidário. Essa política, ainda embrionária e experimental de algumas ONGs e grupos socioeconômicos informais, é uma combinação de duas estratégias: desenvolvimento econômico e economia solidária. Pode-se a

PASSOS CONTRA A VIOLÊNCIA

* Por Maurício Fabião mauriciofranca@ibest.com.br Um novo ciclo de violência aflige a cidade do Rio de Janeiro. Mais uma vez, nos vemos presos em nossas casas, com medo. Medo: esse sentimento tão comum que nos faz ter reações tão inusitadas. Há cerca de dez anos, ouvia de muitos conhecidos uma frase que se tornou comum durante a Operação Rio: “virem os tanques para as favelas e atirem, pois eles moram lá porque querem!” Ou seja, a “solução”, para o problema da violência, era exterminar o “inimigo”. Hoje, quando discutimos as atribuições de uma força tarefa contra a violência no Rio, cabe perguntar de quem estamos falando quando nos referimos à eles: seriam as empregadas domésticas de nossas casas, os porteiros de nossos prédios, os offices boys e as secretárias de nossos escritórios ou os sambistas e ritmistas da nossa escola de samba do coração? Ou falamos de um reduzido grupo de indivíduos que atuam de forma ilegal, impondo o terror à essas próprias comunidades? Qual é o nosso al